Fisica

Entre esses elementos, destacamos: A estreita interação entre artesãos, engenheiros e cientistas, favorecida pela crescente complexidade dos problemas técnicos inerentes aos diversos dispositivos e motores que proliferaram com a emergência da revolução industrial; As muitas descobertas de diversos ramos das ciências físicas, que ao evidenciarem a interconvertibilidade entre fenômenos até então vistos como isolados, ensejavam a busca de um coeficiente de conversão; As idéias de cunho metafísico da Naturphilosophie, que postulavam a existência de um princípio único conectando os mais diversos fenômenos da natureza. Enfim, a conjunção desses fatores – com suas respectivas formações discursivas - permitiu relacionar aqueles novos dizeres aos dizeres antigos, criando assim, uma tensão essencial ao deslocamento daqueles distintos sentidos originais para uma “zona de convergência” de sentidos.
A leitura dos episódios ocorridos entre 1830-1850, como um exemplo de
“descoberta simultânea”, só é possível hoje, por que lemos aqueles textos, já conhecendo e priorizando o seu sentido hegemônico. Entretanto, esse sentido, naturalmente, não existia nos textos originais desses primeiros cientistas.
Os embates entre as diferentes formações discursivas dos artesãos, engenheiros e cientistas, promoveram os deslocamentos dos sentidos originais daqueles textos, em direção a um primeiro princípio geral de conservação da energia, que ao longo do processo histórico viria a sofrer novas ressignificações.
A ENERGIA E SEU PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO
O conceito de energia e seu princípio de conservação desempenham, atualmente, um papel central na Física, permitindo a compreensão de uma multiplicidade de fenômenos e transformações presentes no mundo natural e nos artefatos tecnológicos.
Na Física escolar, ao se estudar a mecânica, o conceito de energia normalmente é apresentado em termos do trabalho de uma força para movimentar ou erguer um