Filosofia

FILOSOFIA: o que é?

Todos nós já fizemos a experiência de uma viagem de ônibus. No letreiro marca o lugar de onde viemos e o lugar para onde vamos, por exemplo: Vitória - Rio. Os que nos esperam lá precisam saber de onde vêm os ônibus. Então é preciso indicar. Assim, uma viagem implica um ponto preciso de partida e um ponto preciso de chegada e um percurso com sentido. Imaginemo-nos agora perdidos, à beira de uma estrada. Passa um ônibus. Não tem letreiro. Nós não sabemos de onde vem nem para onde vai. Fazemos parar o ônibus. Para onde o ônibus vai. Ninguém sabe. Nem os passageiros nem o motorista. Mas de onde vocês vêm? A mesma ignorância. Ninguém sabe algo a respeito do ponto de partida ou de chegada. Sabem apenas uma coisa: viajam. Esta suposição é absurda. No entanto, nossa vida, e tudo o que ela implica, à primeira vista, se assemelha a uma viagem do tipo imaginado. Encontramo-nos, quando tomamos consciência de nós mesmos, em viagem. Alguns estão na frente desta caminhada. Outros atrás. Mas de onde viemos? Para onde vamos? Afinal, que sentido tem esta viagem que é a vida? Que sentido têm todos os trabalhos e as peripécias por que passamos? Eis a pergunta cruciante que todo ser humano se faz, implícita ou explicitamente, ao menos em certos momentos mais importantes da vida. É muito comum a gente fugir a esta pergunta cruciante. Para que pensar? Vamos na onda. Se a pergunta se levanta inquietadora, a gente se dopa. Não é preciso maconha, craque, ou outra droga qualquer. Basta um carro, o dinheiro, o sexo, a política, a projeção social, o esporte, religião. Estas são coisas concretas. Depois, já temos as muitas preocupações da vida: comida, vestido, casa, turismo a fazer. E a vida passa. E a viagem continua. E a gente vai fugindo à pergunta inquietadora. O que nos dá alento é que todo mundo parece fazer o mesmo. Para que quebrar a cabeça, com mais problemas? Por mais alienada que a humanidade se encontre, há sempre gente que tem coragem de ouvir a