filosofia

4162 palavras 17 páginas
O DIÁLOGO EM TEMPOS
DE FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO
Faustino Teixeira PPCIR-UFJF / ISER-Assessoria

A questão da religião voltou a ecoar de forma substantiva após os violentos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Este acontecimento não significou um episódio isolado, mas parte de uma realidade sombria mais ampla, marcada pelo espectro do fanatismo religioso no mundo contemporâneo. Não se pode hoje ocultar a referência étnico-religiosa que acompanha grande parte dos conflitos vigentes no tempo atual. A presença da religião nestes conflitos não constitui um mero pretexto, mas parte constituinte de um “jogo multivariado”1[1]. O “fator Deus”, como assinala o prêmio nobel José Saramago, tem muitas vezes acionado a dinâmica letal dos inúmeros sofrimentos, violências e morticínios que pontuam o cenário histórico atual. É por causa e em nome dele “que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o pior, principalmente o mais horrendo e cruel”2[2]. A crueldade de chacinas comunitárias acontecidas na Índia, e de crimes cometidos em nome da religião, acionam a revolta de intelectuais como Salman Rushdie: “Quão bem a religião erige totens, com que resultados fatais, e com que facilidade nós nos dispomos a matar por eles! E, depois que o tivermos feito suficientes vezes, o entorpecimento resultante tornará mais fácil fazê-lo ainda outras”3[3]. A história religiosa da humanidade vem, de fato, marcada pela presença de uma ambigüidade específica. Há um enígma envolvendo esta questão. Em situações particulares, pode-se observar a presença da vitalidade religiosa favorecendo o crescimento da afirmação do humano, a dinâmica da solidariedade e da compaixão. Mas há igualmente, em outros casos, a justificativa da violência, opressão e morte em nome de “Deus” ou do sagrado. Trata-se aqui de uma instrumentalização da religião para afirmar um poder particular com respeito aos outros. Nenhuma religião está livre das

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