Filosofia e Política na formação do professor

No segundo capítulo do livro Filosofia e Política na formação do professor, o autor descreve as teorias do contrato e do consenso, e tece meditações a respeito da relação entres estas e a educação; posteriormente examina os motivos que levaram a política, a educação e muitos intelectuais a se deslocarem gradualmente ao campo privado; e por fim explicita, segundo a filosofia de Gramsci, as fáceis dos intelectuais. O primeiro subtítulo converge para o esboço da teoria que busca controlar a excessiva “democratização” que pode enfraquecer as próprias conquistas e compreender a manutenção do poder das elites, bem como caracteriza outra teoria que tutela a participação ativa das classes subjugadas, dos mais pobres e espoliados na reconstrução da sociedade. Semeraro inicia esta explicação demarcando que muitos governantes utilizam o pragmatismo para não se preocuparem com o árduo trabalho de persuasão, o diálogo com as organizações populares, a coerência com os princípios fundamentais, a transparência e posições políticas consequentes. É mediante essa postura apática que se entende a imposição de um contrato, o qual se configura mais prático do que construir um consenso entre sujeitos sociais organizados em busca de valores públicos e de projetos coletivos de sociedade.
A teoria do contrato trata-se, abertamente, de um mecanismo que firma convenções e artifícios jurídicos para um pacto que não necessariamente significa coesão social, convicção profunda e adesão interior. Já a teoria do consenso exige a participação ativa e coletiva, transparência nas relações, amadurecimento livre de ideias e criação de valores ético-políticos, assim prevê a construção de um Estado popular e democrático que universaliza direitos e confere coesão social. Nesse embate de concentração de poder (teoria do contrato) nas mãos dos que controlam os pontos estratégicos da produção, da ciência, da tecnologia e dos meios de comunicação, a educação política popular (teoria consenso) acaba