Filosofia Pol Tica E Rela Es Internacionais
Dhiego de Moura Mapa
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGRI/UERJ), bolsista da CAPES. Bacharel e Licenciado em História pela UERJ
RESUMO
O presente trabalho pretende abordar, de forma objetiva, o fundamento filosófico-político presente em correntes teóricas do estudo das relações internacionais, notadamente o realismo e o liberalismo. A pluralidade teórica no estudo das Relações Internacionais possui causalidade epistemológica, cujas raízes encontram-se na filosofia política contratualista do qual este campo de estudos emergiu, no início do século XX. Não obstante a complexidade do sistema internacional (o objeto do conhecimento em Relações Internacionais) ser um fator que influi na pluralidade teórica da disciplina, a proposta aqui é identificar os fundamentos epistemológicos dessa diversidade teórica, oriunda das bases do pensamento político moderno: Maquiavel e os contratualistas.
Palavras-chave: Filosofia Política. Teoria das Relações Internacionais. Realismo. Liberalismo. Contratualismo
1. Introdução
No campo das Relações Internacionais, a propriedade de apresentar abordagens múltiplas é, por vezes, atribuída, de forma unívoca, à complexidade inerente ao sistema internacional, como sendo algo ontológico ao objeto de estudos. Entretanto, para além do fato de que o objeto de estudo relações internacionais apresenta causalidades variáveis e mudanças sistêmicas que abrem espaço para diferentes abordagens, é necessário levar em consideração que o pluralismo de percepções da disciplina tem relação direta com o fundamento epistemológico do qual emergiu: a filosofia política contratualista. Portanto, a multiplicidade de abordagens das relações internacionais tem causas ontológicas (próprias do objeto) e epistemológicas (presentes no sujeito do conhecimento).
Este último