filosofia chalita

Sétimo Mandamento:
VALER-SE DO CORAÇÃO
AS FONTES DO MAL
Vimos nos capítulos anteriores como a ética se exercita e é realizada por meio da excelência moral, que por sua vez é alcançada pelo meio-termo, ou seja, pela moderação nas disposições interiores que condicionam nossa conduta e pela aplicação das aptidões racionais a fim de determinar as boas escolhas e equilibrar as nossas vontades e emoções tendo em vista o próprio bem e o do próximo. Mas existem também outros fatores a considerar, desta vez não relacionados diretamente com a vida em comunidade, mas sim com uma “psicologia” da ética. Em outras palavras, vamos analisar, além dos critérios de excelência e deficiência moral, os elementos que moldam o caráter do indivíduo e influenciam as suas ações.
Falaremos, então, das diferentes maneiras como podemos nos relacionar com o prazer e o sofrimento, de modo mais específico, e como lidamos com os impulsos interiores, tantas vezes muito poderosos, que fazem parte de nós de maneira indissociável. Para isso, uma das coisas que precisaremos fazer será nos aproximarmos dos becos escuros da alma humana, onde atos terríveis e vontades impronunciáveis podem se esconder, para compreendermos como é necessário não apenas promover o bem em tudo o que fazemos, mas também empenhar nossas forças para afastar dos corações e das mãos - de nosso poder para agir - aquilo que podemos chamar genericamente de “tentações”, ou ainda, a degradação, a baixeza moral, os desejos perversos.
Mas não são somente esses aspectos sombrios da existência humana que debatemos aqui. Depois das considerações sobre as outras formas de violência que a ética pode sofrer, também discutiremos o prazer um pouco mais detalhadamente, para esclarecer como a busca da felicidade na política e da realização do bem na ética se relacionam com ele.
OS DESEJOS INCONTIDOS E O SABER INCOMPLETO
Quando dizemos que uma pessoa é a fonte de suas ações, estas palavras são um pouco vagas, se considerarmos o que temos