Filme quem quer ser bilionário

No ser humano é difícil distinguirmos na nossa mente o que é biológico do que é sociocultural. Esta dificuldade prende-se com o facto de todos os nossos processos mentais serem um “mix” de um património genético, da expressão desse património e da sua interacção com cultura em que nos inserimos. Basicamente o funcionamento da mente está intimamente ligado com o nosso cérebro. Como se sabe é ele que comanda o nosso funcionamento e é através dele que podemos compreender o modo como as operações mentais se processam.
Ao longo do tempo, os neurocientistas foram compreendendo que o cérebro funcionava de forma sistémica, intervindo o corpo na sua totalidade. Compreenderam também que o ser humano é inacabado, quando nasce o seu desenvolvimento cerebral continua a fazer-se ao longo do tempo, sendo que esse desenvolvimento não resulta de um programa estabelecido, mas sim da influência do meio. Compreendeu-se ainda que o cérebro se ia modificando à medida que íamos vivenciando experiências, á medida que interagíramos com o meio em que vivíamos, essas modificações resultam do facto de o ser humano apresentar plasticidade cerebral, ou seja, apresentar a capacidade em se remodelar em função das experiências do sujeito, em reformular as suas conexões em função das necessidades e dos factores do meio ambiente. As redes neuronais modificam-se em função das experiências vividas. É através destas características que surge a natureza sociocultural da nossa mente, pois a cultura e as nossas experiências modificam o nosso cérebro quer a nível físico quer a nível do seu funcionamento.
Podemos assim concluir que a complexidade da mente humana se deve realmente a uma natureza biossociocultural, pois tanto aquilo que fazemos como aquilo que somos é resultado de uma interacção extrema entre o nosso biológico, as relações sociais que estabelecemos com os outros, normas e padrões culturais. Somos humanos, temos um cérebro, mas não é por isso que agimos e pensamos todos da mesma maneira,