Fichamentos

MATURANA, Humberto. Cognição, ciência e vida cotidiana. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001, p.125-172 .

Ciência e vida cotidiana - A ontologia das explicações científicas

Introdução
Atualmente a palavra ciência é utilizada para fazer referência ao conhecimento validado através do método científico. Pressuposições: a) o método científico revela a realidade objetiva independente dos observadores; b) a validade das afirmações ou explicações científicas se baseia em sua conexão com tal realidade objetiva. O autor, sendo biólogo, trata da ciência como um domínio cognitivo gerado como uma atividade biológica humana. O que os cientistas fazem enquanto cientistas se relacionam com o que fazem ao viver suas vidas cotidianas, o que revela o status epistemológico ou ontológico da ciência.
O observador e o observar
O ser humano já é um observador, antes mesmo de observar o seu observar na tentativa de descrever ou explicar o que faz. Observar é o que se faz ao distinguir na linguagem os diferentes tipos de entidades que são objetos de descrição, explicação ou reflexão no curso das diferentes conversações, independente do domínio operacional em que acontecem. O autor prosseguirá na suposição de que é aceito que as propriedades ou habilidades de observador resultam da sua operação como sistema vivo.
A cognição
Os sistemas vivos são estruturalmente determinados, não admitindo interações instrutivas. Nada externo a um sistema vivo pode especificar nele ou nela o que lhe ocorre, e, sendo o observador um sistema vivo, nada externo ao observador pode especificar nele ou nela o que lhe ocorre. O que os observadores conotam quando falam de conhecimento em qualquer domínio particular é constitutivamente o que se considera como ações adequadas naquele domínio, avaliadas de acordo com o próprio critério de aceitabilidade para o que constitui uma ação adequada nele.
As ações
Habitualmente se fala das ações como operações externas ao corpo num meio. O autor chama de ação tudo