Fichamento a teia do fato carlos alberto vesentini

Parte I – O Império do Fato
Capítulo I – A Obra da Transubstanciação e as Nuanças do Rememorar Antes de pensar o rememorar e a transubstanciação é necessário traçar em linhas gerais o método utilizado pelo autor no presente trabalho, pois assim como Carlos Alberto Vesentini, acreditamos também que o método é o coração de um trabalho científico, pois é a partir dele que a pesquisa tomará uma direção. Em primeiro lugar vejamos a narrativa. Vesentini utiliza-se da primeira pessoa, quando faz questionamentos acerca de sua metodologia, e em terceira pessoa quando trabalha com os depoimentos colhidos. Outro ponto a ressaltar é o fato de o autor perceber os documentos enquanto resultado de luta, assim sendo a obra da história pode ser vista de duas maneiras distintas: ela pode ser vista como expressão da própria vida intelectual e moral da elite, de seus interesses e divergências. Ou ainda pode ser “percebida pelo viés do indivíduo, selecionado como agente mostrando os parâmetros de atuação desse setor social”. Vejamos a idéia trabalhada pelo autor acerca do rememorar e suas nuanças. O rememorar humano não é estático, é, pois marcado por singularidades. No entanto haverá “algo” que unificará essas singularidades, chamado fato histórico. Assim sendo a memória coletiva pode se transformar ao longo do tempo podendo haver integração ou exclusão de elementos e/ou de pessoas à memória histórica. Não haverá assim uma memória única e total, haverá sim a fragmentação da memória, seu estilhaçamento, e cada um terá um “caco” dessa memória pendurado no fato, que se constitui como eixo, que os une. Ainda sobre memória pode-se dizer que há uma disputa pela mesma, perceptível muitas vezes no reconhecimento de marcos históricos, que são acontecimentos passíveis de manipulação, independente disso, todos estarão enredados num mesmo fato. A partir disso percebe-se que não haverá um rememorar puro, pois a