fichamento/A DESNATUREZA HUMANA OU O NÃO NO CENTRO DO MUNDO

1365 palavras 6 páginas
01- A DESNATUREZA HUMANA OU O NÃO NO CENTRO DO MUNDO

“Setenta e cinco anos passados, a página com que Lukács abre uma Teoria do romance conserva toda a força evocativa: O mundo é vasto e nele. Contudo, encontram-se à vontade, pois o fogo que arde nas almas é da mesma natureza do das estrelas. O mundo e o eu, a luz e o fogo distinguem-se nitidamente e, apesar disso, nunca se tornam definitivamente estranhos um ao outro. Pg.21”
“Não importa que estas palavras não sejam uma tradução fiel da experiência grega na época das grandes epopeias... Importa sim ouvir, por detrás desta evocação maravilhada e nostálgica, a perplexidade do jovem intelectual húngaro num tempo de muitas promessas e muitas ameaças. Tempo finalmente imerso num processo aparentemente irreversível de esfacelamento e desmoralização. Pg21”
“Expulso do paraíso das civilizações fechadas, o homem da modernidade colhe no tempo de Lukács o fruto mais amargo da abertura do mundo... Houve um tempo, porém. que a abertura do mundo, embora já revelando perspectivas traumáticas c assustadoras. Podia ser acolhida c comentada com orgulho e altivez.” Pg22”
“Em 1486, na Oratio de lwnrinis dignitatt, Giovanni Pico Della Mirandola ( 1463-1494), talvez o mais fecundo representante da escola pitag6rico-platônica de Florença. Concordava com os que reconheciam o homem como o mais digno c maravilhoso de todos os seres. Discordava, contudo, das razões que costumeiramente eram dadas; para esta avaliação. Pg22”
“Não. Não é por ter uma natureza, posto que natureza complexa, que o homem é o mais digno de nossa admiração... O grande Criador inventou este ser "a quem nada pertence naturalmente''. Ele recebeu (l homem como uma criatura de "natureza indeterminada" para colocá-lo no centro do Universo. Pg22”
“Convém desde logo assinalar a curiosa concepção de 'centro do mundo' expressa neste texto. Embora numa primeira leitura pudéssemos reconhecer nus palavras de Gi ovanni Pico o antigo antrocentrismo aristotélico-cristão. O

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