Fichamento Reconceituação Serviço Social
“A Reconceituação, tomada como movimento ou processo que emergiu em 1965, constitui um marco inarredável e incontornável da história do Serviço Social latino-americano. Heterogênea e contraditória, a Reconceituação, vem, há quarenta anos, despertando paixões e ódios, e a prova cabal da sua revelância nos é oferecida ainda hoje pelo trato que conservadores e reacionários lhe conferem: para tais setores ou, na impossibilidade de fazê-lo, deve ser desqualificado.”(p.6)
A erosão internacional do “Serviço Social tradicional”
“A segunda metade dos anos 1960 marca, (...) uma conjuntura de profunda erosão das suas práticas tradicionais (...) .No século passado, a transição da década de 1960 para 1970 foi, de fato, assinalada em todos os quadrantes por uma forte crítica ao que se pode, sumariamente, designalada como “Serviço Social tradicional”: a prática empirista, reiterativa, paliativa e burocratizada, orientada por uma ética liberal-burguesa, que, de um ponto de vista claramente funcionalista, visava enfrentar as incidências psicossociais da “questão social” sobre indivíduos e grupos, sempre pressuposta a ordenação capitalista da vida social como um dado factual ineliminável.”(p.6)
“Este inquisitorial ao “Serviço Social tradicional” concretizou-se tanto mais fortemente na medida em que o cenário mencionado permeou campo profissional por meio de um complexo de mediações cujos principais condutos devem ser listados rapidamente. Em primeiro lugar, a revisão crítica operada nas fronteiras das ciências sociais, culminando com a deslegitimação do que operava como a fundação “científica” do Serviço Social: a sociologia e a psicologia acadêmicas. Em segundo lugar, o deslocamento sociopolítico e intituições cujas vinculações com o Serviço Social são notórias: as igrejas – em especial, mas não exclusivamente, a católica. Em terceiro lugar, o movimento estudantil, cujo