Fichamento PUTNAM, Robert. "Comunidade e Democracia: A Experiência da Itália Moderna".

Universidade de Brasília
Instituto de Ciência Política
RELAÇÕES ESTADO SOCIEDADE CIVIL
Professora Rebecca Abers
Aluna: Luíza de Barros Braga

PUTNAM, Robert D. 1994. “Comunidade e Democracia: A Experiência da Itália Moderna”, Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas. Capítulo 6.

De acordo com Putnam, a vida coletiva ficou atrofiada por mais de um milênio nas regiões menos cívicas da Itália. Isso não aconteceu porque as pessoas queriam viver solitária e resignadamente na pobreza, mas porque, provavelmente, a opressão estrangeira se fez presente. Dessa forma, a incapacidade de cooperar para o mútuo proveito não significa necessariamente ignorância ou irracionalidade (pág. 173). Assim, indivíduos racionais podem produzir circunstâncias não racionais, de forma que, para haver cooperação é preciso não apenas confiar nos outros, mas ter a confiança destes também (pág. 174).
O capital social facilita a cooperação espontânea. Entretanto, muitas formas de capital social existentes, como a confiança, são “recursos morais”, ou seja, recursos cuja oferta aumenta com o uso, em vez de diminuir, e que se esgotam se não forem utilizados (págs. 177-179).
Portanto, as regras de reciprocidade generalizada e os sistemas de participação cívica estimulam a cooperação e a confiança social porque reduzem os incentivos a transgredir, diminuem a incerteza e fornecem modelos para a cooperação futura. A própria confiança é uma propriedade do sistema social, tanto quanto um atributo social. Os indivíduos podem ser confiantes por causa de normas e sistemas em que seus atos se inserem (pág. 186).
Por fim, criar capital social não será fácil, mas, de acordo com Putnam, é fundamental para fazer a democracia funcionar. É preciso erigir uma sociedade mais cívica, mirando além dos resultados imediatos (pág. 194).