Fichamento - Paradigma revolucionário. Barros.

O capítulo aborda o Materialismo Histórico, um paradigma historiográfico que surgiu no século XIX e que se estende até os dias de hoje, sendo comumente confundida com marxismo.
Materialismo histórico se refere a um paradigma que visa compreender os processos históricos com método e abordagem teórica própria. Marxismo é um programa de ação política que visa estabelecer uma sociedade comunista a partir da militância de várias formas. É necessária a definição desses conceitos para um melhor entendimento.
Também se faz necessário diferenciar os conceitos e ideias do materialismo histórico e as ideias pessoais de Marx ou Engels que, nitidamente datadas, só poderiam ser pensadas para um contexto social específico e algumas sem aplicabilidade nos dias de hoje.
Existe então a necessidade de se desprender da ideia de que o materialismo histórico, enquanto forma de entender e fazer história, acaba a soar como sinônimo do marxismo enquanto movimento político ou das ideias dos fundadores dessa linha de pensamento.
Enquanto paradigma historiográfico, o materialismo histórico é uma teoria muito abrangente, agindo como uma teoria social, econômica, política, cultural. Criada a partir da análise de Engels e Marx, cujo pensamento tinha uma herança hegeliana. A ideia de luta de classes também não é mérito único do paradigma revolucionário, ela surge com historiadores franceses do período da restauração, e a dialética marxista é a inversão da dialética idealista de Hegel. Quanto ao socialismo, apesar de não ter sido um socialismo científico como proposto por Marx, ele já era um horizonte de certos grupos da França Revolucionária.
Essa linha de pensamento costuma ter os próprios termos e conceitos, que são impossíveis de estudar separadamente da ideologia principal, pois se conservarmos as ideias de dialética e historicidade subtraindo o aspecto materialista, as chances de recairmos em algo próximo do idealismo hegeliano são grandes. Sem esse núcleo de coerência a