Fichamento Organização da sociedade cabocla

Universidade Federal de Santa Catarina
Nathan Marcos Buba

AURAS, Marli. Guerra do Contestado: a organização da Irmandade Cabocla. 4.ed. – Florianópolis: Ed. da UFSC, 2001.

15

A autora inicia sua obra enfatizando o espanto de não obter conhecimento da Guerra do Contestado mesmo nascendo em uma cidade próxima ao ocorrido, nem mesmo ouvir falar na sua Graduação em Geografia na capital do estado. Depois do espanto surgiu a curiosidade de se pesquisar a respeito do conflito, onde iniciou suas pesquisas na Biblioteca Publica de Florianópolis. Ali constatou informações com termos pejorativos que foram usados pelo governo para legitimar a violência.

16

Uma pergunta surgiu: “como aceitar que, de repente milhares de pessoas – famílias inteiras – transformaram-se em perigosos bandidos a fustigar as forças policiais quatro anos a fio?”. Marli Auras deixa um pouco a pesquisa para de dedicar as questões educacionais, pesquisa que foi retomada quando a autora realizou seu mestrado na PUC-SP. A partir das obras de Gramsci a autora encontrou uma possibilidade de trabalhar o Contestado como tema de dissertação. Nesse trabalho a autora constatou que por conta da “ordem dos vencedores” pelos historiadores oficiais que, a escola como um dos aparelhos ideologicos do estado silencia questões a respeito do conflito.

17

Marli Auras cita que:

“A educação é percebida por Gramsci como um processo presente, concreto, que busca tornar hegemônica uma dada visão do mundo, ou seja, busca ser consequente politicamente. Para que as forças sociais e populares alcancem está consequência política, imprimindo sua efetiva direção à sociedade é necessário que, articuladas entre si, demonstrem o conhecimento dos problemas reais, históricamente situados, e a capacidade de superação das relações capitalistas vigentes.”

18

Auras apresenta quais fontes utilizou para a sua obra, como os inúmeros documentos em que se pode constatar os relatos dos militares que foram ao