Fichamento menegat, marildo. direitos humanos contra o moloch?

Direitos Humanos contra o Moloch?
Marido Menegat
In: Freire, Silene de M. (Org.). Direitos Humanos e Questão Social na América Latina. Gramma: 2009. 1. O autor inicia sua reflexão sobre os Direitos Humanos Séc. XVII e SVIII expondo sua dupla face: Direitos Humanos enquanto a realização efetiva da liberdade e da emancipação humana e ao mesmo tempo apenas como uma afirmação/legitimação da sociedade civil burguesa, revestida de um caráter proclamatório. ”As primeiras Declarações dos Direitos Humanos foram proclamadas entre o final do século XVII e [do] século XVIII. Na verdade, há uma profunda correspondência entre esse processo social [a afirmação da sociedade civil burguesa] e sua autocompreensão, no sentido não apenas proclamatório, mas, principalmente, no que diz respeito ao papel dessa autoconsciência na realização efetiva da liberdade e da emancipação humana. Os Direitos Humanos tinham essa dupla face.” (P. 27) Porém, se os Direitos Humanos fazem parte da agenda do projeto burguês de sociedade civil, por que ainda falamos neles? “Dessa forma, cabe perguntar-nos por que ainda falamos em Direitos Humanos? Eles não são uma espécie de programa da sociedade burguesa, e não foi esta demasiadamente afirmada nestes mais de duzentos anos? Por que então voltar às origens?” (P. 27)
“Colocar o homem no centro do ordenamento social e dotá-lo de uma séria de prerrogativas inalienáveis foi um senhor acontecimento histórico.” (P. 27) A Declaração dos direitos dos Homens se posiciona radicalmente contra o passado de dominação política sustentado em poderes sobre-humanos. “A Declaração dos Direitos do Homem tem, portanto, uma curiosa consciência de seu lugar na história: pretende anunciar novos e melhores tempos. A Declaração selou o fim de um tempo. A mais poderosa invenção daqueles feitos foi a Assembléia Nacional, que ultimou as classes sociais a se organizarem em torno de programas políticos e a passar à ação coletiva em sua defesa. A