fichamento: livro louco para ser normal

PHILLIPS, Adam. LOUCO PARA SER NORMAL; Tradução, Maria Luíza X. de A. Borges. – Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

1-Resumo da obra

A obra está dividida em três partes, onde o autor inicia fazendo abordagens sobre o que é a loucura e sanidade, citando como exemplo Hamlet escrita por Shakespeare. Os personagens muitas vezes não entendem o que Hamlet está dizendo, mas ele os assegura de que, pelo menos, entendem o que eles próprios estão dizendo. A loucura, por exemplo, poderia significar simplesmente representação. O que em outras palavras, a loucura tende a ser teatral, mesmo quando não é bom teatro. A sanidade tem tendência oposta. Se alguém está louco, como Polônio sugere, isso pode significar que age como se estivesse louco; se alguém está são, isso não pode significar que age como se estivesse são. Assim, o que pode parecer notável em Hamlet aos olhos e ouvidos modernos é que a sanidade não é invocada simplesmente como o oposto da loucura, como uma alternativa definidora. A loucura poder ser associada tanto com a expressão não - convencional da verdade como com a intenção de enganar. O louco fala de maneiras que não compreendemos, mais isso nos faz pensar que ele sabe alguma coisa que não sabemos.
Cita R.D. Laing onde o mesmo concordaria mais ou menos com Polônio que sanidade talvez não seja tudo que alardeiam. As pessoas que tendem a chamar de loucos podem estar compreendendo alguma coisa, podem ter uma maneira de proferir coisas, e talvez até de adivinhar coisas, de que os sãos se afastam assustados. De fato, razão e sanidade poderiam ser uma espécie de armadura, o método em nossa sanidade. Como Polônio sugere, protegendo-nos contra nossa imaginação mais fértil. A sanidade nos promete alguma coisa, mas não discernimos muito bem o quê. Não podemos conceber ao certo como nossas vidas seriam melhores, ou mesmo diferentes, se fôssemos sãos.
Assim, por vezes pode parecer que toda a noção de sanidade foi inventada como uma posição favorável a partir do qual se