Fichamento - Homo Hierarchicus

DUMONT. Louis. Homo hierarchicus: o sistema de castas e suas implicações. Trad. Carlos Alberto da Fonseca. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1992. Introdução (p. 49-67); Prefácio à edição TEL (p. 11-40) e Posfácio (369-377).

Introdução
Nesta introdução, Dumont apresenta o objeto de seu estudo – o sistema de castas - e seus objetivos. Merecem destaque, nesta seção, algumas noções: apercepção sociológica, ideologia, indivíduo, igualdade e liberdade. Ao tratar de cada um desses conceitos, o autor estabelece diálogos com a sociologia/antropologia de E. Durkheim e M. Mauss, e também com M. Weber; explicitamente, com as teorias políticas de J. Rousseau e A. Tocqueville. Nossa apresentação seguirá a trajetória do texto e buscará explicitar essas conversas.

1. As Castas e Nós
§1º - Dumont entende que o nosso sistema social e o das castas são opostos em sua ideologia (mais adiante dirá o que entende por ideologia) e afirma que, no entanto, nenhum ocidental que tenha vivido na Índia jamais perseguiu o sistema de castas ou recomendou sua abolição. Aponta como possíveis razões (1) a consciência de que há nele algo positivo ou (2) a sua irreazibilidade.
§2º - Não se pode esperar do leitor que não considere o sistema uma aberração. Os próprios autores o trataram como uma anomalia (indica que falará disso no capítulo seguinte).
§3º - Para Dumont, o sistema de castas tem algo a ensinar. A antropologia prova a unidade da humanidade e aclara, pelo estudo contrastivo de sociedades distintas (por óbvio), nossa própria espécie de sociedade; traz uma “perspectivação” da sociedade moderna. “A sociedade indiana pode ser, desse ponto de vista, tão mais fecunda quanto seja mais diferente da nossa” (p. 50).
§4º - Princípio do igualitarismo vs. princípio da hierarquia. Não se trata de atacar os valores modernos, mas de se apreender intelectualmente outros valores.
§5º - A pesquisa apresenta algumas dificuldades de início: (1) não podemos entender as castas a