Fichamento do livro

O cunhadismo e o governo geral (páginas 81 a 98). Segundo capítulo.
Aluna: Natasha Braga.
Disciplina: Sociedade, cultura, ética e cidadania.
Professor: Marcio Benassuly.
Ribeiro, Darcy, 1922-1997
O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil / Darcy Ribeiro. – São Paulo: Companhia das letras, 1995.
ISBN 85-7164-451-9
A instituição social que possibilitou a formação do povo brasileiro foi o cunhadismo. Uso indígena de incorporar estranhos à sua comunidade, o estrangeiro aceitava uma moça indígena e passava a ter, em todos os seus parentes das gerações dos pais, outros tantos pais e sogros. Ele fez surgir a numerosa camada de gente mestiça que efetivamente ocupou o Brasil. Sem essa prática, era impraticável a criação do Brasil, com ela se estabelecem criatórios de gente mestiça. Vários portugueses, associados aos índios, produziram quantidade de mamelucos, assim como os franceses, pois também fundaram seus criatórios com base no cunhadismo.

Para preservar seus interesses, ameaçados por essa prática, a Coroa portuguesa pôs em execução o regime das donatarias. Muitas dificuldades surgiram a este regime, sendo assim, a Coroa, descontente, põe sobre controle as que sobreviveram implantando para isso um Governo Geral, agora na forma de vilas.

O governo instalou-se na Bahia, os recém-chegados acasalaram-se com as índias, produzindo mais mamelucos. Os jesuítas, preocupados com a pouca vergonha, pediram socorro ao reino, querendo mais mulheres, entretanto, as pouquíssimas portuguesas que chegaram aqui, pouco papel exerceram na constituição da família brasileira.

Os dois portos de Pernambuco começavam a serem bocas de entrada da mão-de-obra, que daí em diante iria se edificar, que eram os negros africanos. Assim, no Nordeste açucareiro iria surgir uma nova formação de brasileiros, já que mamelucos se desdobraram pela presença cada vez mais maciça de escravos africanos, nascendo assim os mulatos.