Fichamento: CANDIDO, Antonio. A personagem do romance. IN VVAA A personagem de ficção. S.Paulo, Perspectiva, 1972.

941 palavras 4 páginas
O texto de Antônio Candido tem o objetivo de exemplificar e esclarecer as tendências e os modos de utilização das técnicas de escrita para a criação e sustentação de um personagem em uma obra ficcional. O romance baseia-se, antes de mais nada, num certo tipo de relação entre o ser vivo e o ser fictício, manifestada através da personagem, que é a concretização deste.
Candido toca em um ponto ao longo do texto, que não podemos narrar um personagem por completo nunca. Não somos seres apreendedores de tudo e todos os aspectos, e sim seres que apreendem as coisas parcialmente, tanto externa como internamente à personagem, mesmo quando o narrador tenta passar a ideia de onisciência. Criamos outro ser a partir da nossa visão e ela não é completa em si.
Outro ponto é a diferenciação da vida real e da ficcional, a lógica da personagem é muito mais racional e precisa do que a do mundo real. A lógica da ficção é muito mais coesa e fluída diferentemente da realidade dos seres viventes.
Os recursos estruturais permitem a ilusão da onisciência e da complexidade das personagens. Sendo a estrutura algo que é por demais importante na obra ficcional, pois ela permite os efeitos desejados e bem concatenados da obra.
A personagem é mais lógica, embora não mais simples que o ser vivo.
O romance moderno traz o ser fictício com uma vida mais difícil e mais conflituosa, diminuindo a ideia de esquema fixo do romance tradicional.
Os avanços de estudos psicológicos e filosóficos auxiliaram o modo de escrever do séc. XVIII em diante, trazendo maior material para a construção das personagens.
Personagens que parecem abertos, sem limites, mas não são na realidade. A utilização dos efeitos de escrita é muito útil para construção de personagens mais complexas psicologicamente e aparentemente flexíveis a novas experiências e aprendizados, de personalidade mutável.
No período do romance moderno foram bem explorados dois modos de se tratar as personagens:
1) como seres íntegros e

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