ficha de leitura

Ficha de leitura

Maestri, Mario; Lima, Solimar. O (org). Peões, vaqueiros & cativos campeiros: Estudos sobre a economia pastoril no Brasil. Passo Fundo: UPF, 2010.

Escravidão nas estâncias pastoris da província de São Pedro do Rio Grande do sul
Paulo Zarth
Os escravos nas estâncias
O artigo retoma as ideias básicas já expostas na publicação mencionada, que acrescenta dados produzidos pela historiografia recente sobre o tema reafirmando a presença da escravidão nas estâncias pastoris e analisando o trabalho no interior das estâncias. (P. 181).
A presença e a importância do trabalho escravo nas estâncias pastoris do Rio Grande do sul estão entre os temas mais instigantes da historiografia regional, considerando que por muito tempo tais fatos foram negados ou minimizados por diversos autores com fortes marcas ideológicas. (p.182-183).
O debate se inscreve na questão sobre a formação do povo brasileiro a partir de um paradigma racista, com base no ideário das “três raças” e sobre tudo na tentativa de diminuir a participação dos povos africanos na composição da população rio-grandense. Inúmeros autores trataram de mostrar que o Rio Grande seria uma região de predomínio europeu decorrente da ocupação portuguesa e da grande imigração de colonos alemães, italianos e poloneses entre outros. Os povos indígenas são apresentados de forma idílica, mas de um passado heroico e distante.
Para o autor, não é possível negar a existência de escravos africanos na formação social do sul, os intelectuais ligados ao mundo pastoril desenvolveram a tese de pouca importância da escravidão nas estâncias que , quando existente seria tão amena ao ponto de descaracterizar sua condição, transformando o escravo num homem quase livre, bem alimentado e bem relacionados com seus proprietários. (p.183-184).
Os escravos dessa idealizada estância democrática seriam bem mais tratados do que os das províncias do norte. Com essa narrativa resolveria o problema do passado rio-grandense em