fibras nutricao e dietetica

Nutrição e Dietética I – Ângela Camila Ghizi - FIBRAS

FIBRAS
1.

INTRODUÇÃO

As fibras sempre estiveram presentes na alimentação humana habitual, entretanto, o processo de industrialização dos alimentos e a mudança no estilo de vida do homem moderno resultou numa ingestão alimentar diária significativamente menor deste nutriente. Estudos epidemiológicos apontaram uma relação inversa entre consumo de fibras e a incidência de doenças, em especial as colo reto anais
(Burkitt, 1971 apud Baxter, 2002). Dietas pobres em fibras frequentemente têm sido associadas a doenças coronarianas, diabetes, doenças diverticulares e câncer de cólon.
As fibras tem sido alvo de vários estudos, pois exercem papel importante sobre o trânsito intestinal, assim como sobre a fermentação colônica. São classificados como compostos polissacarídeos, de origem vegetal, constituintes das células ou da parede destas; não são digeríveis pelas enzimas digestivas, nem absorvíveis, e, portanto não oferecem valor energético nem construtor ou plástico.
As frações mais bem definidas pertencem ao grupo das substâncias estruturais da parede celular dos vegetais: celulose, hemicelulose e pectina. A celulose é um polímero de glicose, linear e do tipo β 1-4, com elevado peso molecular, tem estrutura fibrosa, é insolúvel. A hemicelulose é um polímero linear, mas altamente ramificado, são parcialmente degradadas pelas enzimas bacterianas do intestino
(microbiota). A pectina, além de estar presente na parede celular, também constitui as camadas intracelulares de vegetais jovens. São polímeros ramificados de ácido poliurônico; sua solubilidade na água forma gel, não são hidrolisadas pelas enzimas digestivas, mas são metabolizadas quase que completamente pela microbiota do cólon. Quando os frutos amadurecem a pectina torna-se mais solúvel.
Outras substâncias como o amido resistente (comum no pão e na batata, p.ex.), que mesmo com o processo de cozimento ou industrialização, torna-se resistente às enzimas