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Capítulo 3: “A surdez é um problema para o surdo?”

Nesse capítulo o autor discorre sobre algumas questões sociais na relação entre ouvintes e surdos. O texto parte de dois paradigmas científicos que por muitas vezes, e especialmente nesse caso, são conflitantes: o paradigma médico ou das ciências médicas e biológicas e o paradigma cultural ou das ciências humanas. O primeiro encara a surdez como uma doença e como tal deve ser curado. O segundo vê a surdez como uma diferença cultural e lingüística.
Dentro do conceito de que a surdez é uma deficiência muitas ações foram tomadas que criaram, ou aumentaram um distanciamento entre os surdos e os ouvintes, o que gerou muito ressentimento e dificuldades para os surdos e muito preconceito e definições equivocadas sobre o assunto. Ainda que a visão médica tenha muito prestígio e por isso é muito aceita pela sociedade, hoje ela já está sendo discutida. Muitos equívocos estão sendo reparados e preconceitos estão sendo desconstruídos. Ainda sim há muito ainda a ser feito para que exista uma convivência que respeita as individualidades e as diferenças.
Isso acontece em grande parte devido à “tradição humana” de não aceitar as diferenças e criar estigmas que separam e menosprezam o outro por sua disparidade com o “eu” que deve ser o único, o melhor, o mais correto. Assim o autor nos revela que crianças surdas criadas em lares surdos entendem a si mesmos como normais e os ouvintes como os diferentes e crianças surdas criadas em lares ouvintes tem um conceito negativo sobre si e sua surdez.
Assim podemos concluir que fica cada vez mais evidente a necessidade do conhecimento no sentido de combater a nossa própria ignorância em relação a nós mesmos e que a chave de um futuro melhor está no humano, em perguntas antigas como “quem somos” e “por que somos”, pois o conhecimento técnico para uma vida digna a todas as pessoas existe, falta uma ciência a serviço da ética e da humanidade como um todo.

Capítulo 2: