Fernando pessoa

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Os poemas que Pessoa reuniu no que seria o seu Cancioneiro, eram poemas para serem cantados, mas só por isso não eram poemas menores, pelo contrário. Pensava Pessoa encontrar nesse modo de comunicar a poesia, um forte elo entre o sentimento e a compreensão. Uma característica de Pessoa ortónimo é um sentimento de leveza e tédio, um sentimento existencialista que precede em si mesmo o existencialismo de Sartre por dezenas de anos, mas em que transparece a mesma angústia de viver e o desespero por procura de significados que encontramos tão profundos na "Náusea" do mestre francês. O texto que refere é um exemplo perfeito para ilustrar um tema muito querido a Pessoa, que o aproximou também por intermédio de Bernardo Soares, o autor tardio do Livro do Desassossego - o tédio de existir. Este tédio está muito perto de ser a náusea, o sentimento de nojo de ser que Sartre sente ao caminhar pelo nevoeiro na noite da cidade, vendo as sombras indistintas dos prédios e dos outros homens. Afinal é uma aproximação a um tema absurdo - a análise da vida humana e do seu significado.Vejamos o texto mais perto: "Bóiam leves, desatentos / Meus pensamentos de mágoa / Como, no sono dos ventos, / As algas, cabelos lentos / Do corpo morto das águas." Veja-se como Pessoa inicia por estabelecer um cenário morto, parado no tempo, em que acção e o rebuliço do mundo se confronta com o absurdo de o pensar. Os pensamentos são a realização que existe um mundo que não é feito só de pensamentos. Os pensamentos, esses, "Bóiam como folhas mortas (...) / São coisas vestindo nadas". São inconsequentes, irreais, porque absurdos, porque querem intervir no mundo e afinal não passam de devaneios sonhadores, sem força, sem consistência de realidade. Pelo menos sem consistência aparente, perante a avassaladora força do mundo exterior, que os esmaga e suprime.É o próprio Pessoa que nos esclarece na conclusão. Os pensamentos são "Sono de ser, sem remédio / Leve

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