Fernando Pessoa - Relatório do PIL Lírico

Análise do Poema
O poema escolhido para este PIL foi o “Sonho. Não sei quem sou” de Fernando Pessoa. Um poema originalmente da obra “Cancioneiros” mas que eu retirei de “Fernando Pessoa Poesia 1918 – 1925”. Esta coleção original de Assírio & Alvim, públicada em 2006, é composta por vários poemas, possivelmente mais de 100.
Fernando António Nogueira Pessoa, nascido a 13 de Junho de 1888 em Lisboa, é considerado um dos maiores poetas portugueses. Viveu uma infância infeliz, devido à morte do pai e do irmão mais novo e devido à morte do pai, é obrigado a mudar-se para África do Sul com a mãe, onde esta se casa com o Comandante João Miguel Rosa. Acaba por se mudar definitivamente para Lisboa anos mais tarde, trabalhando na tradução de documentos comerciais. A morte do seu amigo Mário de Sá-Carneiro abala-o drasticamente deixando-o melancolico. Depois de ganhar um grande prémio com o seu livro “Mensagem”, em 1934, morre, um ano depois, devido a uma cólica hepática.
O poema contém três estrofes, todas quadras, e a rima é sempre cruzada: abab/cdcd/efef. A métrica dos versos mostra um liberdade total na escrita, uma caractristica do Modernismo.
A estrutura do poema é muito parecida com outros poemas do mesmo escritor, o pessimismo, a decifração do enigma do ser, sentir-se como um nada e escrever os seus sentimentos mais profundos e osbcuros está muito marcado na poesia de Pessoa.
O eu-lírico do poema encontra-se confuso (“Não sei quem sou neste momento.” V.1), deseja esquecer, e diz que sonhando pode esquecer o pensamento (“Na hora calma/Meu pensamento esquece o pensamento” vv. 2 e 3), o poeta sente-se tão confuso que lhe parece que não tem alma (“Minh’alma não tem alma” v.4).
Ele deixa-se cair no esquecimento e acha a vida é um erro (“Se existo, é um erro eu o saber. Se acordo/Parece que erro.” vv.5 e 6). Não tem desejos nem destino (“Nada quero, nem tenho, nem recordo./Não tenho ser nem lei.” Vv.7 e 8) e por isso, sente-se um nada.
Na última estrofe,