Felizmente Há Luar
No século XX, Portugal foi marcado por um período de perseguições, pela consequente tirania, opressão, censura, miséria, medo, agitação social e obscurantismo. Salazar, governador de Portugal na década de 1960, era disciplinador, autoritário e, sem dúvida alguma, e tendo por base os factos presentes na história do nosso país, um ditador! Liderava o povo através do silêncio e da invisibilidade; vivia-se no escuro, na obscuridade, sujeitos a perseguições, censura e tirania. O Estado Novo nada de novo trouxe a Portugal – à ditadura da monarquia sucedia a ditadura do Estado; à inquisição sucedia a PIDE, cujo encargo era interrogar, prender, torturar, exilar, censurar e assassinar todos os elementos perturbadores da “paz e da ordem”. Muitas figuras hoje por nós conhecidas, através do seu marco na história nacional, se opuseram a este regime. O escritor e jornalista, Luís de Sttau Monteiro, foi uma dessas figuras.
Filho de Armindo de Sttau Monteiro e de Lúcia Infante de Lacerda, Luís de Sttau Monteiro nasceu a 3 de Abril de 1924 em Lisboa e faleceu a 26 de Julho de 1993 também na cidade que o trouxe ao mundo. Aos 10 anos de idade, o escritor vai para Londres com o seu pai, que é embaixador de Portugal. Em 1943, Armindo de Sttau Monteiro é demitido por Oliveira de Salazar, o que o obriga a regressar a Portugal com o seu filho. Luís de Sttau Monteiro licenciou-se em Direito mas apenas exerceu durante um curto período de tempo, dedicando-se depois ao jornalismo. O seu trabalho principal foi a obra “Felizmente há luar!” na qual se destacou como dramaturgo. O assunto principal desta obra é a censura e a repressão. Em relação à ação de “Felizmente há luar!”, esta passa-se nos primeiros anos do século XIX, no início das lutas liberais, e serve de pretexto para uma reflexão sobre os anos 60, do século XX. Sttau Monteiro, também ele perseguido pela PIDE, denuncia assim a situação Portuguesa, durante o regime de Salazar,