felizmente ha luar

FELIZMENTE HÁ LUAR! de Luís de Sttau Monteiro

ANÁLISE GLOBAL DA PEÇA

Sttau Monteiro parte dos dados históricos referentes à morte do general Gomes Freire de Andrade, no início do século XIX, para escrever esta peça, em 1961)
1. Os referentes históricos do tempo da história e do tempo da escrita

a) O tempo da história caracteriza-se pelos seguintes acontecimentos (século XIX):

- a ausência da família real do país (Brasil);
- o exercício arbitrário do Poder (regime absolutista) por uma junta governativa (Miguel Forjaz, Principal Sousa e General Beresford);
- a intromissão inglesa;
- a perseguição a todos os liberais;
- o descontentamento generalizado contra o rei, os ingleses e a regência;
- os permanentes focos de rebelião;
- os indícios da revolução liberal.

b) O tempo da escrita (século XX - anos 60) é marcado pelos seguintes acontecimentos:
- início da guerra colonial em Angola, em 1961 – data da publicação de Felizmente Há Luar!;
- as diversas manifestações de uma contestação crescente a nível interno;
- greves, vigílias, movimentos estudantis;
- a oposição dos intelectuais ao salazarismo;
- a censura.

c) Relação entre o tempo da história e o tempo da escrita

Tempo da história - século XIX-1817

Tempo da escrita - século XX -1961
Agitação social que levou à revolta liberal de 1820 – conspirações internas
Agitação social dos anos 60 – conspirações internas
Regime absolutista e tirânico
Regime ditatorial de Salazar
Classes sociais fortemente hierarquizadas
Classes dominantes com medo de perder privilégios
Grandes desigualdades entre abastados e pobres
Classes exploradoras, com reforço do seu poder
Povo oprimido e resignado
A miséria, o medo e a ignorância
Obscurantismo, mas «Felizmente Há Luar!»
Povo reprimido e explorado
Miséria, medo e analfabetismo
Obscurantismo, mas crença nas mudanças
Luta contra a opressão do regime absolutista
Manuel, «o mais consciente dos populares», denuncia a