Felicidade (reflexão crítica)

502 palavras 3 páginas
São muito frequentes as alusões à felicidade. De facto, de tanto utilizarmos esta palavra no discurso quotidiano, acabamos por nem questionar o seu sentido real, o que resulta numa vulgarização do conceito e num desconhecimento do verdadeiro significado de ser feliz. As definições rotulativas de um dicionário não satisfazem esta questão, porquanto a felicidade não se resume a um mero “contentamento”. Não pode ser tida como uma disposição emocional momentânea, mas sim como um estado completo de ser e viver em pleno. Analisarei estudos de diferentes áreas, tendo em vista um melhor entendimento da felicidade e de como a alcançar.

A filosofia sempre procurou as causas da felicidade. Na Ética a Nicómaco, Aristóteles considera a felicidade um fim supremo da acção humana, uma ideia de bem procurada por todos, possibilitada apenas pelo exercício das faculdades exclusivas do ser humano. Assim, a via para a felicidade seria a razão, e não as riquezas materiais ou os prazeres corporais. Concepção corroborada por filósofos posteriores, como Kant, que associa a felicidade ao cumprimento de um dever, pressupondo um acto racional, ou Stuart Mill, cujo utilitarismo relaciona a felicidade com as capacidades distintivas do homem. Contudo, não a considerando um meio de ser feliz, Aristóteles reconhece a importância da satisfação das necessidades corporais na felicidade. Efectivamente, não somos felizes se desprezarmos as nossas inclinações sensíveis. Defendo, portanto, uma concepção de felicidade exemplificada pelo ideal do homem renascentista, que sugere um equilíbrio harmonioso entre as componentes física e intelectual.

Porém, a busca da felicidade deve contemplar o homem como um ser biologicamente social, ou, segundo Aristóteles, um ser político. Este filósofo explica que, residindo a felicidade na virtude de usar a razão, o homem virtuoso tem de interagir com outras pessoas, exercendo sobre elas uma influência positiva, que confira utilidade a essa sua virtude, abrindo

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