farfunha

Delimitação do tema e do problema:
O atendimento em escolas de educação infantil caracterizou-se pelo assistencialismo e pela marginalização, pois historicamente surgiram como mecanismos de compensação social, decorrentes de necessidades custodiais e sanitárias. Atualmente a educação infantil da rede municipal de Sorocaba e principalmente os espaços que oferecem tempo integral se vêem sobrecarregados por demandas que exigem ações de assistência e cuidado muitas vezes não permeadas pelo movimento lúdico do brincar e aprender brincando. O tempo da infância se subtrai quando o que importa a quem busca e muitas vezes a quem oferece é ter um lugar para a criança ficar e mais ainda quando esse tempo carrega a expectativa escolarizante de preparar a criança para o ensino fundamental.
É preciso ressignificar o papel social da escola de educação infantil, desconstruindo pré-conceitos, criando identidade própria, preconizando novas formas de intervenção para esta faixa etária, com sentido educativo próprio e construída por meio da prática alicerçada na criança, em seu universo próprio e singular. O tempo da infância é sempre o “agora”, recheado de contexto e percepções que anunciam incertezas do nosso mundo adulto. Provoca virar de cabeça para baixo, certezas de como nos vemos, nos dizemos, nos narramos e nos julgamos. Nesse sentido o cuidar, o educar e o brincar se configuram em movimentos interligados na relação familiar, nas relações estabelecidas nas escolas de educação infantil e nas relações entre escola e família. Vale ressaltar que são movimentos importantíssimos e não excludentes e que necessitam de constante dialogo, discussão, reflexão e partilha. Esses movimentos carregam as marcas históricas, sociais e culturais de gênero, de relações de pertencimento expressas por corpos que anunciam e denunciam afetos, desafetos, medos que engessam ou impulsionam ao choro, ao riso, ao isolamento e a procura. São movimentos que permitem constante reflexão dos