Extended Essay Reviseddd

O negrismo poético na voz de Castro Alves

(I) Introdução

Conhecido como o poeta que retratava as dores dos escravos, com a missão de denunciar as injustiças sociais e de clamar pela liberdade, Antônio de Castro Alves apresenta-nos a sua obra. Rica em comparações grandiosas e altissonantes e utilizando-se sempre de um estilo vibrante em que predominam as comparações, metáforas, hipérboles e apóstrofes, sua poesia social pode ser fácil e rapidamente associada ao período romântico. A imensidão, força e majestade expressas através dos grandiosos elementos da natureza somam-se ao fato de estarmos lidando com um poeta claramente romancista. “Havia em Castro Alves, como em Álvares de Azevedo, o fogo sagrado, alguma coisa que, à nossa observação superficial, parecia gênio, um grande talento verbal, uma sincera eloqüência comunicativa... pode-se dizer que ele alarga a nossa inspiração poética”. 1 Apesar de não ter presenciado o fim da escravidão em 1888, com a implementação da Lei Áurea, Castro Alves observou, em sua breve vida, a Lei Eusébio de Queiroz surtir efeito. Esta proibia o tráfico de escravos para o Brasil e fez com que o número dos mesmos caísse de 380 mil na década anterior para apenas 6 mil entre 1851 e 1855. O poeta baiano morreu com apenas 24 anos de idade, em 1871, ano em que a Lei do Ventre Livre foi aprovada. Seus poemas, ao olhar rápido de um leitor, são focados apenas no Romantismo. Isto porque, a dualidade castroalvina passa muitas vezes despercebida, visto que, as características do movimento romântico são, ao decorrer de toda sua obra, inquestionavelmente explícitas. Espera-se então conseguir nesta tese analisar sob uma perspectiva diferenciada parte de sua obra, atento aos indícios de uma inovação em sua postura romântica. As análises dos poemas “Tragédia no Lar”, “Bandido Negro”, “A cruz da estrada” e “O Navio Negreiro” facilitam a compreensão desta nova idéia transmitida aos seus leitores, assim como sua posição diante da questão da