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Cooperação, autogestão e educação nas novas configurações do trabalho

Marisa Nunes Galvão[1] Ricardo Cifuentes[2]
Texto encaminhado para publicação na revista do Grupo “Organizações e Democracia” UNESP/Marília - Maio/2001.

As mudanças que estão ocorrendo no espaço da produção e do trabalho tem-se constituído em novas possibilidades de organização social que buscam consolidar a democracia. Surgem então, estudos e propostas que retomam idéias e valores imprescindíveis para este processo, como a cooperação, a educação e a autogestão. A nova configuração que vem assumindo as relações de trabalho, demonstra a importância destes valores para o sucesso destas novas experiências. Estão sintetizadas aqui, algumas discussões e propostas relativas à estas idéias, cujas contribuições para o debate são evidentes.

Novas formas de organização do trabalho Um breve olhar sobre a realidade que estamos vivenciando hoje, revela ao lado de um intenso processo de precarização social, um conjunto de formas diferentes de organização da produção e do exercício do trabalho, que pretendem diferenciar-se da tradicional forma de organização capitalista. Dentre estas novas formas destacam-se as cooperativas e as Organizações Econômico Populares - OEPs que, de acordo com Tiriba são organizações que têm conseguido atingir novos modelos de convivência no interior das unidades produtivas, entre os trabalhadores e na comunidade local, constituindo assim, redes de produtores e consumidores do campo e da cidade [3]. O cooperativismo, embora seja uma forma secular de organização do trabalho, está recolocando-se hoje, como alternativa para responder ao processo de desemprego e precarização social. Evidencia-se este fato por meio do notório crescimento de experiências diversificadas, inseridas nos mais diferentes setores socioeconômicos, especialmente nas últimas décadas. Não obstante o fato

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