Explicando e entendendo as relações internacionais
Marilia Aquino
As ciências sociais nascem de duas tradições: uma delas fundada nas ciências naturais do século 16, a outra enraizada nas ideias do século dezenove sobre história e sobre como escrever história “de dentro”. Apesar das tensões entre elas ambas são de extrema importância. Sempre existirão histórias a serem contadas e teorias que seguem estas histórias. Um tipo de história seria a “de fora”, contada da maneira de um cientista natural buscando explicar os trabalhos da natureza e tratando o reino humano como uma parte da natureza. O outro é o “de dentro”, dito de forma a nos levar a entender o significado dos eventos, em um senso distinto de todos os entendimentos já encontrados ao desenterrar as leis da natureza. Por isso explicar e entender são duas abordagens distintas.
A história “de dentro” é a mais familiar. A mídia reforça isso ao apresentar as relações internacionais como um encontro dramático entre líderes mundiais, que personificam seus países. Os ares do drama humano e da história são potencializados durante os tempos de crise, quando os lideres podem ser mostrados em pleno combate. Repórteres tentam estabelecer o que os desdobramentos dos eventos poderão significar para os principais atores interessados. Eles reportam suas declarações, analisam suas ações, e recriam seus pensamentos, a fim de transmitir as razões que explicam por que cada passo foi dado, em vez de qualquer outro.
Ninguém supõe que as relações internacionais podem ser montagem de uma colcha de retalhos do que os atores dizem que estava em suas mentes. Os hábitos da mídia também não devem ser levados tão a sério. O drama é mais fácil de convencer do que de analisar, assim como as decisões políticas de reis e rainhas fazem mais sentido na sala de aula do efetivamente levaram a mudanças graduais nos padrões econômicos e sociais. É preciso saber como os atores definem as questões e