Experiências político-educativas das mulheres trabalhadoras rurais do mst e mmtr-ne no agreste pernambucano

RESUMO
Este artigo desenvolve uma discussão sobre o papel das mulheres trabalhadoras rurais dentro dos Movimentos Sociais do Campo, mais precisamente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Pernambuco (MST-PE) e o Movimento das Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MMTR-NE), bem como a construção de saberes de luta através de suas experiências político – educativas dentro destes. A base metodológica adotada refere-se a uma abordagem qualitativa, onde se procedeu a uma observação participante no campo de pesquisa. Utilizamos também, como uma das principais técnicas de coleta de dados, as entrevistas. E, além disso, fizemos uso de alguns aportes teóricos que nos ajudaram a embasar este trabalho de forma que contribuísse na discussão teórica e metodológica, como: Bourdieu (1983), Collin (2009), Gohn (1995), Saffioti (1987) e Silva (2004). Este artigo apresenta ainda, algumas compreensões da educação como um fator de luta pela resistência à produção de desigualdades. Tendo em vista a conquista dos direitos das mulheres camponesas, resgatando, principalmente aspectos históricos que ainda perpetuam no domínio político e social.
Palavras chave: Saberes Políticos. Experiências Educativas. Mulheres do Campo.
INTRODUÇÃO
A presença de mulheres nas principais lutas camponesas envolve a década de 1980, quando as militantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra/MST promoveram o início das reivindicações por seus direitos enquanto trabalhadoras rurais. Na mesma época da criação do movimento, estas mulheres estiveram - ao longo de suas trajetórias de lutas - subalternizadas a uma sociedade de caráter machista. Assim, se adentraram de maneira invisibilizada pela propriedade hierárquica de uma camada social. Além disso, trouxeram consigo suas identidades subordinadas a uma cultura historicamente patriarcal, e sem o reconhecimento de suas ações nos interesses sociais, econômicos, políticos e mobilizacionais. Assim, este artigo parte de uma discussão acerca do