Experiência, estudo sobre pretos velhos e os ritos para culto do quadro idealizado por Noelcy Faustino.

RESUMO
Usando como base o quadro “Experiência”, de Noelcy Faustino, e referencias de textos e artigos que tem como tema a Umbanda e as religiões Afro-brasileiras, apresento um estudo sobre o personagem “preto velho” e sobre os ritos envolvidos ao cultuar o quadro em questão.

INTRODUÇÃO
O quadro “Experiência” (vide anexo I), pintado pela artista plástica Noelcy Faustino, retrata uma preta velha (entidade da Umbanda). A artista pintou-o para a exposição “RAÍZES”, em comemoração ao mês da Consciência Negra, que teve início na Casa de Cultura Gabriel Joaquim dos Santos em São Pedro d’Aldeia/RJ.
A pintura representa uma negra idosa, vestida de branco, com olhar penetrante, que passa serenidade. Ao fundo, a natureza com seus quatro elementos: fogo, água, terra e ar, que sustentam a vida na Terra.
Em entrevista (vide anexo II) com a artista, ela conta o porque de tê-la pintado:
Há algum tempo eu guardava uma pequena fotografia 8x6 cm (anexo I), que recortei de um folder do Espaço Cultural Cedim por ocasião de uma exposição que visitei. Era de uma negra idosa que me chamou atenção. Veio a oportunidade de pintá-la e então reproduzi com muito carinho esta mulher de olhos penetrantes que a todos impressiona.(Faustino, 2013)
Depois da exposição, sua filha, Jussara Santos, afeiçoou-se ao quadro. Faustino a presenteou com tal objeto, que é posto em lugar de destaque em sua casa, sobre um altar no hall do segundo andar, perto dos quartos da família.

PRETOS VELHOS E SUA HISTÓRIA
O mito (ELIADE, 1992) do preto velho é apresentado por Souza, que, em sua tese de doutorado “Pretos-velhos:oráculos, crença e magia entre os carioca”, cita Câmara Cascudo, destacando a sua definição de pretos-velhos, no verbete umbanda de seu trabalho: Os velhos escravos sabidos nas coisas da África encontram seu lugar na Umbanda entre os cacarucai, os “pretos velhos” componentes da chamada Linha das almas, que, como diz um dos folhetos (Byron Torres de Freitas e Tancredo da Silva Pinto,