Europa Estrtural

Colégio Santa Cruz
Uma viagem no tempo
Leticia Biselli Monteiro, 1C 26

Na região sul da França, próximo ao rio Ardèche, situa-se o arco natural de Pont d’Arc, no qual o cineasta alemão Werner Herzog produziu um documentário baseado na Caverna de Chauvet : “A Caverna dos Sonhos Perdidos” (Cave of Forgotten Dreams, filmado na França, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha em 2010). A caverna, resultado do choque de placas tectônicas, tem aproximadamente 20 mil anos, calculados através do estilo e carvão utilizado nas gravuras. O filme revela que a caverna tornou-se famosa somente em 1994 e é considerada um elo perdido entre o passado e o presente. Foi transformada em uma verdadeira cápsula do tempo, depois que sua entrada foi selada por um deslizamento de terra. Foi vetada à visitação pública pelo governo francês, que busca, assim, preservar a integridade do achado e, nesse sentido, a entrada permitida ao cineasta alemão e sua equipe representa talvez a única possibilidade que teremos de contemplar algumas das primeiras manifestações artísticas da humanidade. Não se tratava de um lugar de ação, mas sim de lazer, evidenciando a formação de uma cultura, expressa por seus desenhos. O filme sugere a designação do ser humano como homo spiritus, já que para o homo sapiens tudo era mutável (humano e animalesco) e permeável (corpo e espírito). Para o diretor, remontar um passado tão remoto é quase como encenar uma imensa ópera. Ele narra o filme em tom desafiador, faz uso de uma trilha sonora melancólica e também apresenta ótimos recursos de câmera. A vantagem de o documentário ser em 3D é que nos torna cúmplices da experiência do diretor (vivenciando a era de nossos antepassados e a forma com que eles tratavam suas problemáticas). Além disso, é possível contemplar melhor os detalhes e a interação do entorno da caverna com seu interior. Essa obra interessantes e inédita é um convite ao telespectador para viajar nas impressões do diretor, não se