eu e o mundo

Não bastasse todo o trauma vivido pelos japoneses em função dos terremotos e tsunamis, a economia daquele país, que mostrava leve recuperação, também vivencia momentos difíceis. As perdas vêm de todas as partes. Saída maciça de recursos da bolsa de valores, empresas destruídas que não faturam, perdas patrimoniais em grande volume, desemprego, entre outros. É evidente que em um mundo globalizado de certa maneira a economia brasileira será afetada. No curto prazo, o abalo vem via mercados es-peculativos como a Bolsa de Valores, mercado de câmbio e de títulos públicos. O capital especulativo está apreensivo. Prejuízos em determinada parte do planeta impõem busca de lucros em outros mercados, inclusive o brasileiro.

No longo prazo a perspectiva poderá ser outra. Explico melhor: passado o pesadelo atual, haverá a recuperação física daquele país. A demanda por commodities de todas as espécies será ampliada e as empresas brasileiras poderão ser grandes fornecedoras de material básico. Alguns mercados terão que se reposicionar. O exemplo é o mercado de seguros. As perdas das companhias de seguros são inevitáveis e possivelmente teremos um aumento do valor médio dos seguros. Contudo, na outra ponta, mais empresas desejarão se proteger, podendo ampliar a demanda por seguros.

Observem que em toda ameaça surgem oportunidades. A globalização tem seu preço e fazer parte deste contexto força cada vez mais trabalhos preventivos. Por isso tudo que é fundamental que o Brasil sustente seu crescimento. A expectativa é que a classe política aproveite o início de mandato para levar em frente às grandes reformas deste país. Se de um lado o Brasil está mais protegido contra influências econômicas externas, de outro lado ainda estamos distantes de ter modelo que garanta enfrentamento maduro de momentos como estes. A influência global deste momento difícil do Japão deve servir para reflexão e avanços.