etica
ARANHA, M. L. de Arruda; MARTINS, M. H. Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1997.
Política
O que é política
Em época de eleições é muito comum ouvir frases como estas:
— Não dou palpite porque não entendo nada de política. Nem quero entender...
— Acho que o fato de um candidato pertencer a um partido ou a outro não tem a menor importância; por isso escolho quem considero ser a melhor pessoa.
— Não tenho gosto em votar. Os políticos sempre dizem as mesmas coisas. Prometem e não cumprem. Querem é se arranjar na vida, isso sim!
— Qual é a função do deputado? Não sei...
— Escolhi este candidato porque lhe devo alguns favores pessoais. Além disso, ele prometeu colocar minha irmã no serviço público.
Essas frases indicam alguns posicionamentos a respeito do fato político.
Quando as pessoas identificam política com politicagem, podem estar expressando o desalento a propósito da ação dos homens públicos; ou então reforçam a postura interesseira do eleitor que sempre espera tirar proveito pessoal da escolha do candidato.
Alguns têm uma visão imobilista, considerando que as mudanças, mesmo quando existem, não alteram intrinsecamente o mundo humano (sempre existiram ricos e pobres...). Outros assumem posição naturalista e determinista ao admitirem que os fatos acontecem independentemente da vontade dos homens. Ou, ao contrário, acomodam-se no paternalismo segundo o qual apenas pessoas especiais, "os grandes homens", teriam capacidade de mando e decisão. A nós, "homens comuns", restaria obedecer sem discutir.
Com frequência as pessoas não resistem ao individualismo que reduz a complexidade das relações humanas à esfera dos negócios e da vida familiar, bastando ao bom cidadão o cumprimento das obrigações particulares. (Será que o mundo não vai além do meu jardim?)
Embora as frases do início expressem diferentes posições pessoais, elas têm algo em comum, ou seja, são