Etica na prática docente
Para discorrermos acerca da noção de ética e da sua conceptualização, temos de perceber o contexto em que esta surgir. A ética resulta da teoria dos valores (axiologia) alicerçada à dimensão humana do agir. Valor “é sempre uma relação entre um objeto e um padrão utilizado pela consciência que avalia uma ação a realizar. No aspeto filosófico, é pela análise das nossas atitudes práticas (não-teóricas) e pela reflexão sobre as mesmas que conseguimos atingir a consciência do valor na sua essência.” (Logos, 1992: 391). Por isso, a questão a que primeiro se deve procurar dar uma resposta é a de identificar qual a origem ou o fundamento e o sentido do valor. Existem duas respostas a esta questão; uma objetivista e a outra subjetivista. São duas interpretações divergentes uma da outra. A primeira vê o valor como uma “entidade supra-empírica, que subsiste em si e por si” (Silva e Zoboli, 2006: 19). O valor é imutável, absoluto, o valor é independente de qualquer vivência ou compreensão individual, os valores “transcendem a todos os elementos circunstanciais e relativos: o tempo, o sujeito e as coisas a que se referem. A sua natureza é ideal” (Silva, apud Silva e Zoboli, 2006: 19). É uma perspetiva racionalista. A segunda resposta, ou seja, o subjetivismo, vê o valor como “um reflexo da necessidade, do desejo, do interesse que a consciência manifesta em relação às coisas com as quais se defronta” (Silva, apud Silva e Zoboli, 2006: 19), isto é, nesta perspetiva o valor não existe por si, é antes o indivíduo que dá origem aos valores, e forma-os a partir das suas tendências e preferências. Os valores deixam de ser absolutos, e passam a ser relativos às vivências ou compreensão individual, o valor reflete o que cada um de nós considera bom, admirado, desejado, útil, etc. Independentemente das divergências dos dois pontos de vista, o certo é que as duas partem de um elemento comum e que não pode ser