Estética do grotesco na auto-imagem artística – uma breve análise das obras de Francis Bacon, Oliver de Sagazan e Cindy Sherman

2495 palavras 10 páginas
Estética do grotesco na auto-imagem artística – uma breve análise das obras de Francis Bacon, Oliver de Sagazan e Cindy Sherman

Chanckoo Karann
Patrícia Martins
Sandro Cordeiro

RESUMO

As concepções acerca do feio e seus usos sofreram muitas mudanças, principalmente de significado, ao longo dos séculos. Na época helenística começa-se uma discussão acerca do feio, divido-se entre a feiúra física e a de caráter. Já na Idade Média, temos o feio e o grotesco fazendo parte da estética nas representações de Cristo; esse começou a ser representado no seu momento de maior humilhação, a crucificação, e quanto maior a deformidade exterior, mais ressaltada seria a beleza interior. A estética do grotesco até a modernidade oscilava entre a representação de virtudes, como no Cristo barroco, ou do mal e do próprio pecado, como nas pinturas de Bosh; principalmente depois da escrita do Apocalipse, onde temos uma descrição nítida do inferno e do próprio demônio. No século XX, as vanguardas artísticas conseguiram sair dessa oscilação, mostrando o feio e o deformado como próprio objeto de interesse. O Manifesto Futurista, por exemplo, que elogiava e considerava bela a própria guerra, a velocidade, etc, contribui para essa nova estética do feio como provocação. O apelo ao grotesco e a desconstrução das formas insere de uma vez nas artes o inquietante como estética. Num contexto de pós-guerra, com um mundo assombrado por massacres e destruição, um processo de banalização da tragédia humana se inicia, e começamos a nos “acostumar” com o feio e o grotesco da vida real. Nesse contexto, a filosofia existencialista se torna popular. O homem é forçado a enxergar o absurdo da existência e sua solidão diante do mundo, ao mesmo tempo em que tem a liberdade de moldar-se de acordo com suas ações. Dentro destas várias perspectivas nas quais podemos abordar o grotesco, passando por sua aplicação como uma espécie de análise crítica

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