Estágios

Os estágios curriculares foram criados com a finalidade de integrar os alunos no mercado de trabalho de forma gradual, isto é, ter um primeiro contacto com o seu futuro emprego e assim se prepararem melhor para quando finalizarem o curso. As ideias que geraram a criação de estágios curriculares para os alunos finalistas do ensino superior têm, de facto, um propósito que visa ajudar os estudantes a prepararem-se para o seu futuro de modo mais prático e objectivo, dando-lhes a experiência que nas aulas não é possível dar e integrando-os num ambiente de trabalho. Contudo, esta nova prática dos estágios fez também com que empregadores se aproveitassem da situação, aceitando estagiários não para porem em prática os conhecimentos aprendidos na faculdade e se preparem para o futuro, mas para trabalharem para eles, gratuitamente, em tarefas que, muitas vezes, de nada servirão para o seu enriquecimento curricular.
Tenho alguns exemplos bem próximos de mim que ilustram essa realidade.
Uma amiga minha, que tirou o curso em Ciências da Comunicação, conseguiu um estágio curricular na Sic. A verdade é que, após três anos no seu curso, o estágio dela apenas serviu para uma coisa: Fazer recados. Tirar cafés, levar documentos para impressão, ir buscar “isto ou aquilo”. A intenção de fazer os alunos integrarem-se no mercado de trabalho e aprenderem a pôr em prática tudo aquilo que adquiriram nos últimos de três anos, foi, para ela, um desperdício de tempo. Entrou na Sic, é uma realidade, e pode agora pôr no currículo que o seu estágio foi nessa instituição, mas que é que ela de facto aprendeu que contribuisse para o seu enriquecimento curricular?
Por sua vez, uma colega dela do mesmo curso conseguiu um estágio no Porto
Canal, ao contrário dela que nada aprendeu senão como tirar um óptimo expresso, a sua amiga tinha toneladas de trabalho para fazer. Pediam-lhe que fizesse tudo sozinha, em tempo curto. A verdade é que ela aprendeu e pôs em prática os