Estudos Literários
Rafael Haddock-Lobo
e a
FERNANDO MUNIZ
FERNANDO SANTORO
GUILHERME CASTELO BRANCO
IMACULADA KANGUSSU
KATIA MURICY
MÁRCIA GONÇALVES
MARCO ANTÔNIO CASANOVA
MARILENACHAUI
OVÍDIO DE ABREU
PAULO CÉSAR DUQUE-ESTRADA
RICARDO TIMM DE SOUZA
RODRIGO DUARTE
ROSA MARIA DIAS
E
ü,N.t,p.F
L\r.
•f 3/nS/yff
1.4,0
ROSANA SUAREZ
VIRGÍNIA FIGUEIREDO
n&co-
PLATÃO CONTRA A ARTE*
- Fernando Muniz
"Platão: o mais poético dentre os filósofos."
- Shiílley
'Platão: o maior inimigoda arte que a Europa jamais conheceu."
- Nietzsche
Introdução
/Entusiasmo e mímesis são dois conceitos fundamentais para a compreensão do fenômeno artístico em Platão. Embora ambos sejam produtos da mesma vontade de exclusão da poesia, per-
t&^mj^^i2^^^J^e^çnt^Í^m a doutrina do entusiasmo,
Platãoretira dosjpoetas o direito de falar à Cidade em nome de umpretenso amherimento;/com a mímesis, elecaga a cidadania
üa própriapoesiayVeremos no decorrer do texto que entusias
mo e mímesis são conceitos mutuamente excludentes e que apa recem nos Diálogossempre em diferentes contextos dramáticos.
A despeito do fato de terem sido cunhados com o propósito
firme de combater a poesia, tornaram-se, paradoxalmente, pila res da estética moderna. Este parece ser o destino de Platão sejaem relação à arte, seja em relaçãoaos demais tópicos filosó ficos: asregras do jogo reflexivo estabelecidas por ele mostram-se tão definitivas que, ainda que se queira reverter o jogo platôni*AMaura Iglésias emsinal de admiração e amizade. Parte deste textofoi apre sentada no X Simpósio da Sociedade Brasileira de Platonistas.
OS FILÓSOFOS E A ARTE
15
co, o resultado parece sempre previsto na trama dos Diálogos.
Talvez por isso, influentes pensadores contemporâneos da arte1 renovem a crença na célebre sentença de.ÀlfredWhitehead, de que a filosofia ocidental não fez mais do que colocar "notas de pé de página nos Diálogos de Platão".