Estudos Culturais Britãnicos
Autor: Edson Fernando Dalmonte - Mestrando Umesp
Orientador: José Marques de Melo
RESUMO
Apresenta os estudos culturais em sua origem na Grã-Bretanha, com base na obra de Richard Hoggart,
The uses of literacy, publicado em 1957. Hoggart indica uma nova concepção de cultura, sendo a popular, iletrada, ao contrário do que se pensava, uma manifestação capaz de conferir ao indivíduo um referencial que o habilita a uma leitura diferencial dos produtos midiáticos. Também Raymond Williams, outro precursor da
Escola de Birminghan, busca nas conceituações de cultura uma forma de compreender as articulações entre tentativas de dominação e resistência a partir do campo cultural. Para evidenciar algumas das atuais preocupações daquele centro, usamos também parte do material apresentado no I Colóquio Brasil/Grã-Bretanha de Estudos Culturais, no Rio de Janeiro, por ocasião do XXII INTERCOM, em setembro de 1999.
INTRODUÇÃO: BREVE DESCRIÇÃO DE UM ITINERÁRIO
Tomando por referencial as obras de Richard Hoggart (1970) e Raymond Williams
(1992), fazemos uma breve revisão dos questionamentos e conceitos fundantes da Escola de
Birminghan - Cultural Studies. A atenção de Hoggart e Williams recai sobre a cultura, em especial a cultura popular. Usando métodos quantitativos Hoggart (1970) busca compreender o meio popular enquanto local de resistência e negociação, e não apenas de submissão.
Usamos também parte do material apresentado no I Colóquio Brasil/Grã-Bretanha de
Estudos Culturais, no Rio de Janeiro, por ocasião do XXII INTERCOM, em setembro de
1999. Com isso, pretendemos evidenciar algumas das atuais preocupações daquele centro.
I - ESTUDOS CULTURAIS BRITÂNICOS: CULTURA EM TODOS OS NÍVEIS
Os estudos culturais britânicos têm desde o início - década de 60 - por referencial ideológico o marxismo. Para os fundadores do Centre for Contemporary Cultural Studies, em
Birminghan, era necessário buscar o