estudo dirigido simmel

“O fundamento psicológico sobre o qual se eleva o tipo das individualidades da cidade grande é a intensificação da vida nervosa, que resulta da mudança rápida e ininterrupta de impressões interiores e exteriores. O homem é um ser que faz distinções, isto é, sua consciência é estimulada mediante a distinção da impressão atual frente a que lhe procede. As impressões persistentes, a insignificância de suas diferenças, a regularidade habitual de seu transcurso e de suas oposições exigem por assim dizer menos consciência do que a rápida concentração de imagens em mudança, o intervalo ríspido no interior daquilo que se compreende com um olhar, o caráter inesperado das impressões que se impõem. Na medida em que a cidade grande cria precisamente estas condições psicológicas (...)”. (Simmel, 2006;p 578)
COMENTÁRIO:
O ser humano tem a necessidade de onde quer que esteja se sentir único, especial e reconhecido pelas suas qualidades. Numa cidade pequena ele se sente realizado nesse aspecto, ali praticamente todos o conhecem, sabem seu nome e o que ele faz, e consequentemente, também sabem e falam de seus erros. Mas na cidade pequena ele é único, e isso é importante para seu ego. Já na grande cidade ele é apenas mais uma peça do sistema, importante para seu funcionamento, porem substituível e irreconhecível. Queremos ou mesmo precisamos nos sentir diferentes e especiais. Alguns se contentam em serem especiais para a família, no trabalho, outros possuem necessidade de buscar reconhecimento como, por exemplo, sendo artista, politico e etc. Pensando assim, seria esperado que o morador das grandes cidades interagisse com o maior número de pessoas, fizesse amizade e se esforçasse para ser lembrado sempre que possível, mas essa não é a realidade. Temos também um instinto de preservação e proteção própria que nos faz ficar recuados quando o assunto é relações interpessoais. A vida na metrópole é agitada, rápida e às vezes muito perigosa, essa é maneira mais fácil de proteção;