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BUDISMO
O sofrimento como condição fundamental e total da existência humana e a possibilidade de superá-lo, mediante um estado de bem-aventurança integral, conhecimento como NIRVANA é a proposta do sistema filosófico e religioso indiano fun dado por Siddharta Gautama, no século VI e V antes de Cristo. É o Budismo. Essa filosofia está impregnada na poética de Augusto dos Anjos.
Budismo moderno.
Tome, Dr. esta tesoura, e corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
No poema, percebe-se uma suposta indiferença do eu lírico frente à decomposição corpórea. No poema O meu nirvana fica explícito a influência budista; no fim dos versos do mesmo está claro o intento de libertação dos ciclos de sofrimento, abdicando da condição humana para adentrar o espiritual.
Eu e outras poesias é carregado de líricas que remontam a filosofia monista. O monismo pode ser entendido como uma unidade irredutível, antagônico do dualismo; é a figura da divindade, do único, o princípio e o fim de onde tudo procede e retornará. Esses princípios estão presentes também em Sonho de um Monista.

Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância
A influência má dos signos do zodíaco.
Este poema traz a temática do Evolucionismo. Nele não há espaço para a lírica religiosa. Todo ele é ciência, biologia e astronomia. De profundo pessimismo e de visão cósmica, o eu lírico não se encontra neste mundo repugnante. A doença, o declínio e a proximidade da morte marcam esta poética. Palavras antipoéticas como carbono, amoníaco, rutilância, epigenesis, zodíaco e vermes contribuem para o aspecto niilista (a descrença, o negativismo). Caminhamos todos para o mesmo destino, em que o verme se fartará de nossa carne e a terra será por nós adubada. Diante da constatação de que para o homem não há outro destino