Estudante

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CAPÍTULO III AS DOUTRINAS ARMINIANAS Por mais original que alguém nos pareça, descobrimos, ao analisarmos suas idéias que elas refletem um conjunto de fatores e circunstâncias. Nunca brotam simplesmente da razão. Algo lhes estimulou o aparecimento. Isto para nada dizer do muito que se recebe por herança, direta ou indiretamente. Foi assim com os grandes pensadores, filósofos, moralistas, sociólogos, políticos, etc. E Tiago Armínio se inclui nessa regra. As dificuldades gerais que os Países-Baixos enfrentaram durante algumas décadas do século XVI, calaram fundo em sua vida econômica, política, social, intelectual e religiosa. A guerra da independência, contra o domínio espanhol, intolerante, fanático, produziu verdadeira transformação entre os neerlandeses. De um lado desenvolveu-se o apego à liberdade, tanto civil como religiosa e do outro, fomentou a atividade comercial e intelectual. Aliás, segundo frisamos anteriormente, os germes de tudo isso já vinham de tempos passados. Era natural que, em terreno como esse, desabrochasse também o espírito de tolerância. E de fato, vem os estadistas do porte de João Oldenbornveldt advogarem a absoluta liberdade de consciência para todos, fossem protestantes, romanistas, ou socinianos. Hugo Grotius pensava de igual modo. Coube, porém ao cidadão Dirk Koornhert atear as chispas da controvérsia que durante anos agitaria a Igreja Reformada dos Países-Baixos, influenciado, certamente, pela obra anticalvinista de Sebastião Castellio, publicada em 1578, a qual vinha exercendo considerável influência a favor da liberdade de pensamento. Desde 1544 esse teólogo vinha atacando implacavelmente as idéias de Calvino, na Suíça. No conceito de Koornhert, todas as formas de religião deviam ser toleradas, mas, ao externar seu ponto de vista, feriu uma das doutrinas fundamentais do calvinismo, único sistema que o Estado favorecia. Logo a seguir, em 1602, dois ministros de Delft aderiram ao seu modo de pensar, combatendo a

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