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Este capítulo do livro de Bardin Laurence mostra como fazer uma análise de conteúdo de um corpus, pegando no exemplo do horóscopo da revista Elle. A autora aponta que numa análise é preciso ter um corpus definido e justificá-lo para que se proceda a análises. Assim, Laurence justifica a escolha do texto do horóscopo pela vantagem que tem de ser conciso e, ao mesmo tempo, constituir um sistema fechado. Para a autora, por detrás de qualquer discurso existe um mito, uma ideia que vai de acordo com a de Barthes. Ou seja, o que se pode ler através das previsões astrológicas para além das dicas sobre o futuro?
A primeira parte do capítulo explica qual a conotação que se pode tirar de um discurso sobre conselhos astrológicos. Observamos que é um sistema projetivo porque opera como um espelho deformador que reflete o modelo ideal e facilita a autoanálise, neutralizando a angustia da introspeção solitária; funciona com a função moral, sendo um sistema de valores; é como um guia ou diretor de consciência; coloca o individuo num quadro de referência, impondo-lhe modelos de conduta; contribui para o desenvolvimento do conformismo e o aumento da integração num grupo social; consagra a ideologia da temperança; busca o lucro através de um investimento de uma energia controlada. Significa isto, que tudo o que envolve este discurso, assim como qualquer outro, tem sempre uma ou várias mensagens subentendidas que precisam de ser analisadas sob vários pontos de vista.
Na segunda parte do capítulo, Laurence diz que há três análises que se podem seguir. A análise temática do discurso, referindo-se á frase como unidade de codificação, que permite o levantamento de atitudes psicológicas de um individuo. Para isto, também, é necessário ter em conta elementos qualitativos (qualidades pessoais do leitor) e elementos quantitativos (valores de referência e modelos de comportamento), para que se possa qualificar os elementos de significação. A análise de conteúdo, ou a abordagem, um ponto