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Desde 1950 a população urbana do Brasil vem crescendo em passos largos e hoje já somos mais de 84% concentrados nos centros urbanos. Entretanto este movimento é tão recente que ainda não aprendemos a lidar com os seus efeitos colaterais. As cidades brasileiras cresceram de forma acelerada sem o amparo de equipamentos e serviços adequados para atender proporcionalmente as suas demandas por uma melhor qualidade de vida. Nas cidades onde se concentram as riquezas e se desenvolvem as tecnologias de ultima geração não é capaz de oferecer serviços de educação e saúde dignos, transporte publico eficiente, saneamento básico decente, e contando com a sorte para ter segurança. Um grande paradoxo.

Com este quadro é fácil entender a preocupação do Brasil em liderar a proposta nas Nações Unidas pela Sustentabilidade Urbana. Neste mês de junho a ONU lançou a Rede Global de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (Sustainable Development Solutions Network-SDSN). Trata-se de uma plataforma independente formada por destacados cientistas, técnicos, empresários e especialistas internacionais que tem como foco desenvolver soluções práticas e estratégias para o desenvolvimento sustentável do planeta.

A cidade do Rio de Janeiro foi eleita para ser o primeiro estudo de caso do grupo responsável pela sustentabilidade das cidades. Os principais temas são as soluções para a infraestrutura urbana, saneamento, governança, inovação e mobilidade. O Rio Sustainability Initiative-RSI foi lançado no dia 25 de junho de 2013. Até parece que a ONU escutou o grito de socorro da comunidade da Baixada de Jacarepaguá e de São Conrado.

O mês de junho também fica marcado na história do Brasil pelos gritos da insatisfação social que se espalhou pelo país afora, inicialmente em função dos altos custos e da baixa qualidade do transporte publico. A juventude manifestou decepcionada com a gestão publica das cidades e tomou para si a responsabilidade de protestar e acordar o país.