Estudante

As manifestações no Brasil e a reforma política
Uberlândia
2013
O ano de 2013 tem um caráter especial para a história da democracia brasileira. Desde 1992, com o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, não se registrava no Brasil grandes mobilizações populares disseminadas por todo território federal. As contemporâneas manifestações são assim significado inconteste da, ainda que tímida, democracia em nosso país.
No início de 2013, a câmara municipal de vereadores de Porto Alegre aprovava a proposta da prefeitura de reajuste no preço dos transportes públicos da cidade, aumento este da ordem de R$0,50 para os ônibus e R$0,25 para as “lotações”, como são conhecidos os trens metropolitanos porto-alegrenses. Em repúdio ao ato legislativo, um grupo de manifestantes encaminhou uma ação judicial à 5ª Vara de Fazenda Pública do Rio Grande do Sul, acatada pelo juiz Hilbert Maximiliano Obara que toma por abusivo a nova tarifa e determina a redução do valor das passagens.
Semanas depois o governo de Goiânia também aprovava reajuste no valor das passagens, o que é seguido por intensas e violentas manifestações estudantis pela cidade. Novamente protocola-se determinação judicial para diminuição das passagens, outra vez consideradas abusivas pelo juiz da 1ª Vara de Fazenda Pública de Goiás Fernando de Mello Xavier, apontando ainda para a já desonerada carga tributária das empresas de transporte público da capital.
Em São Paulo, o Movimento Passa Livre, MPL, via redes sociais, em especial Twitter e Facebook, dá inicio a organização de uma série de manifestações pela região metropolitana, novamente motivada pelo reajuste no valor da tarifa de transporte público. Entretanto, ainda tímidas as manifestações reuniam pouco mais de algumas centenas de militantes, em sua maioria jovens e estudantes. Assim foi com uma mobilização marcada via internet para o dia 6 de Junho na capital paulista que reuniu, pelos dados da Policia Militar, mil e trezentos manifestantes,