estruturalismo

4329 palavras 18 páginas
Geografia e a filosofia estruturalista*
João Victor Pavesi de Oliveira
Dep. de Geografia - FFLCH/USP – joao.pavesi@gmail.com

O QUE QUEREMOS
Este trabalho corresponde a um fragmento de pesquisa que vem buscando desvendar como a
Teoria dos Geossistemas, apropriada pelo discurso ambientalista, consiste em reafirmar as condições postas pela lógica do capital, através do estudo sobre as enchentes ocorridas no Jardim Pantanal (Zona
Leste da cidade de São Paulo), na virada dos anos 2009 para 2010.
Para isso, optamos primeiramente em compreender a filosofia estruturalista entendendo que se trata de uma das principais abordagens filosóficas apropriada pelos Geossistemas; nos envolvendo a entender a noção de Estrutura que teve alterações ao longo da história. Procuramos, diante disso, realizar uma crítica ao estruturalismo a luz das contribuições de Henri Lefebvre(1968), que nos forneceu subsídios à serem aplicados em uma avaliação crítica da teoria geossistêmica.
Por fim, estabelecemos os nexos possíveis para um trabalho com este caráter: o estruturalismo, a crítica ao estruturalismo e a Geografia.
ESTRUTURA: DO QUE SE TRATA?
Bastide(1971) apresenta uma história sobre o termo, iniciando com sua origem etimológica que deriva do latim structura, um desdobramento do verbo struere, construir. Nesse primeiro momento,
“estrutura” faz referência a um sentido arquitetônico, sendo o “modo pelo qual está construído um edifício”. No século XVII, a utilização da palavra se expande para dois sentidos: 1) o Homem, estabelecendo semelhanças entre o corpo humano e sua constituição física (por exemplo, a disposição dos órgãos) e 2) para as línguas, estabelecendo paralelos com a “distribuição das palavras na oração, composição de um estilo poético”. Somente no século XIX o termo extrapola estes limites, ampliando o entendimento para os interessados das ciências exatas, da natureza e dos homens – em que, nesta última, a compreensão se deu como generalização das

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