Estratégias de Intervenção

Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém. (PAULO FREIRE, 1996, p. 23 )
Um dos fatos mais relevantes que presenciamos na passagem do século XX para o XXI é a mundialização da economia ou a globalização. Este fenômeno esta diretamente ligado ao desenvolvimento histórico da sociedade capitalista e intervêm em várias esferas da vida social provocando mudanças nos âmbitos político, social, cultural, assim como nas instituições escolares e no exercício da profissão docente.
Na epígrafe, Paulo Freire leva-nos a refletir sobre a profissão docente e, é com este intuito que abordaremos questões a respeito deste profissional e de sua prática pedagógica, no ensino superior.
É interessante destacarmos que, ao refletirmos sobre a profissão docente precisamos considerar que momentos de singularidade e de universalidade fazem parte da profissão. Neste sentido, Lukács (1970, apud FACCI, 2004, p. 25) colabora quando afirma que(...) o singular só existe na relação com o universal e que o todo universal abarca todos os objetos singulares, porque estes respondem às necessidades humanas da sua época. Portanto, em todos os momentos, é necessário analisar a profissão docente levando em consideração aspectos singulares e aspectos universais, desenvolvidos a partir de transformações históricas.
Para Matos (1998) a reflexão se desenvolve no diálogo travado entre o ser humano e o seu mundo e a individualidade do ser humano se processa no meio social, assim como a formação de sua identidade. Portanto, refletir é uma característica peculiar ao ser humano, mas ela acontece no encontro de diferenciadas e múltiplas relações. Ao mesmo tempo em que é individual, é também guiada pelo contexto sócio-histórico em que o ser humano vive.
Assim, a autora Facci (2004, p. 66)