Estimulação inicial
A sociedade existente cria e recria conceitos que definem o sujeito ideal tanto no que se refere ao seu aspecto físico como ao seu comportamento, de acordo com padrões de cada época. Mesmo na atualidade, sendo comum afirmar que as diferenças são valorizadas, percebe-se que, embora disfarçado, ocorrem ainda pré-conceitos quando se fala de crianças com necessidades especiais. É pouco difundido o conhecimento de que interações educacionais adequadas, desde os primeiros meses de vida favorecem o desenvolvimento da criança, apresente ela alguma deficiência, alto risco ou tenha um desenvolvimento considerado normal.
O nascimento de uma criança, para pais que planejaram a vinda do bebê e mesmo para aqueles que não fizeram esse planejamento, normalmente é motivo de alegria e de comemoração. O filho pode representar a expectativa de continuidade dos projetos dos seus pais. Porém, no caso de crianças com necessidades especiais perceptíveis, a exemplo de algumas síndromes ou alterações físicas, pode significar a quebra desses projetos, uma vez que a diferença é identificada nos primeiros momentos de vida.
É comum encontrar escritos e depoimentos do sofrimento inicial causado nos pais após o diagnóstico, o que alguns autores chamam de sentimento de luto pela perda do filho esperado. No dizer de Vygotsky1 (1989), desde o nascimento, as pessoas com necessidades especiais ocupam um lugar social diferenciado, ou seja, não estão isentas dos estigmas históricos impostos a quem apresenta deficiência. Defende, em seus postulados, os conceitos de deficiência primária, aquela causada por motivos biológicos e, de deficiência secundária, aquela criada pelas condições sociais restritivas, impostas às pessoas percebidas como as que fogem às normas.
1 ESTIMULAÇÃO ESSENCIAL: GARANTIAS LEGAIS
Mesmo que a discussão acerca do desenvolvimento de crianças com necessidades especiais, também denominadas deficientes, tenha ganhado crescente espaço nos Centros de Educação